terça-feira, 17 de agosto de 2010

Borboleta Imperial

“Hoje eu acordei pensando no mistério da lagarta.”

Será?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Pra começar

Não, este não é um blog de poesias, contos e afins, apesar de também escrevê-los. Também não falo de um blog musical, relacionado às celebridades e seus feitos e escândalos ou tampouco qualquer tipo de manifestação cujo tema aplica-se a uma única vertente qualquer. Este é um espaço cujo propósito é entreter a mim (não única e exclusivamente) e fornecer material a um suposto Regis de 30 ou 40 anos, para que este, seja ele quem for, possa dar umas boas gargalhadas. [Pausa reflexiva] Ou não.

Basicamente, é uma forma de arquivar as pulgas que, de forma inevitável, aparecem atrás de qualquer orelha. No caso, a minha. Sem pretensões de textos excelentes, citações literárias (as desnecessárias!) e toda a pseudo-parafernália apresentada pela maioria dos escritores que almejam ascensão, comprometo-me com a idéia de desentulhar, enfim, todos os desabafos manuscritos, sempre trancados a sete chaves, em qualquer lugar do PC, e transportá-los para este espaço.

Apresentações (mal) feitas, consigo imaginar somente um texto para dar início a isto. Aliás, um fragmento mais que breguinha dele. Desabafado há mais de dois anos, quando um fim acarretou um início.

Inicia-se

Embarcou sem nem mesmo vacilar um último olhar. Mochila nas costas, semblante abatido e o velho par de sapatos, apertado nos pés, parecendo-lhe um tanto surrado. Embora o caminho a percorrer lhe fosse impreciso, trataria de fazê-lo confiante. Deixaria para trás alguns rostos familiares, e alguns outros, certamente, carregaria consigo, a fim de mantê-la aquecida e protegida quando o frio chegasse.

Sem algo esperar, vagou até encontrar-se na proa vazia, de cara para o mar. Em pé, mirando imensidão verde e difusa, recorda os tempos de menina, não tão distantes, mesmo que já deixados para trás, no cais. O sabor da vitória em seu íntimo. A excitação, agora, correndo nos rios de suas veias, sem nenhum resquício do nada de antes. Vitória. Nem se quer sabia como a alcançaria, mas a certeza de querê-la tornara-se viva e a queimava por inteiro, lenta e continuamente.

Sorriu com os dedos do vento em seu rosto, a ira do mar sob os pés, como se sentisse a presença de algo distinto em cada particularidade ali, lutando, de forma pacífica, em tornar-se perceptível. "O certo por linhas mais certas ainda" ela pensa. A perda que há pouco sofrera lhe parece estranhamente necessária. Nada daquilo voltaria. Ela compreendia e assim o queria.

Sabia, por fim, parecer uma mulher, não mais a menina de outrora. Desejava o desconhecido, inspirada e motivada, inspirando e motivando. A maresia do futuro a encantava, encorajava, envolta pela já conhecida, sua companheira neblina. Ela persistiria, fosse o que fosse, fossem eles quem fossem. O tempo, agora, só a confirmaria.